quarta-feira, 30 de abril de 2008


Em audiência pública na semana passada, a secretaria de Saúde, Mara Machado, respondeu as dúvidas dos vereadores a respeito do fornecimento de medicamentos na Farmácia básica da Secretaria e também sobre o atendimento na Farmácia Popular. Segundo o vereador Sandro Palma (PTB), a presença foi importante para responder aos questionamentos a respeito da falta de medicamentos à população carente. Palma reiterou que as pessoas devem entrar na justiça para conseguir os medicamentos necessários. Mas a opinião do vereador é contestada por seu colega Miguel Bianchini (PP). Segundo ele, a falta de medicamentos no posto de saúde ocorre justamente por causa desse tipo de ação. "Há políticos que incentivam essas demandas judiciais, atuando de forma eleitoreira e prejudicando o município, que já investe além de sua obrigação. Assim, estão esgotando os recursos da secretaria", declarou Bianchini. Palma contestou e disse que as pessoas precisam dos remédios e, sem dinheiro, devem sim recorrer a justiça. A mesma opinião é compartilhada por Diniz Cogo (PMDB). "Não concordo que as internações judiciais sejam apenas por meios políticos e eleitoreiros, pois são defendidos na Constituição", observou o vereador comparando que a cada quatro ações judiciais, três têm ganham de causa.
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O vereador Accácio Oliveira (PMDB) voltou a defender a criação de um Plano de Saúde para os funcionários da prefeitura. Ele conta que seguidamente é procurado por servidores municipais que anseiam por isso. O vereador pediu informações sobre as negociações entre a prefeitura e a o Banrisul, já que havia sido incluído um plano de assistência médica na venda da folha de pagamento, mas nada concreto surgiu. "Caso isso não ocorra, é preciso encontrar outra forma de contemplar os funcionários, que sonham com um plano de saúde", finalizou Accácio.
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Apesar de o PMDB ser o maior partido de oposição, tendo poucas dezenas de filiados a menos que o PP, são de dar dó as ingênuas articulações do partido. Foi a sigla que mais cresceu e se organizou em alguns setores. No entanto, teima em apresentar as mesmas opções, não se permitindo ousar.
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Os partidos de oposição esperavam que o PMDB fosse o protagonista de uma proposta política nova e diferente, mas tanto dormiu na palha que, agora, vê Vulmar Leite crescendo e se organizando. Do jeito que vai, o PMDB ainda pode garantir um lugarzinho ao lado de Leite e, quem sabe, angariar um nome para vice. Isso, se o PDT não ocupar essa lacuna. Aí, é PT Saudações.
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Dizem que o mosquito da DEMgue andou querendo morder o pessoal do PP. E que mordida: eles queriam cinco cargos e R$ 7 mil. É uma nova forma de assalto.
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Criada no ano passado, a Ouvidoria da Câmara já ouviu alguma coisa?
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Gostei de ouvir o vereador Franquilim na última sessão. Do nada, do nada ele começou a elogiar o Guilherme Bonotto, que é um secretário eficiente, que a sua secretaria é a melhor. Existe aí alguma mensagem subliminar?
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Enquanto um clima meio nervoso páira nos bastidores políticos, Júlio Ruivo é o candidato mais tranquilo. Licenciado, ele nem está fazendo campanha, deixando que os outros o façam por ele. Dia desses, dois cabos eleitorais poderosos se manifestaram em favor dele: o vereador Bianchini e o prefeito Chicão. Tá bom ou quer mais?
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E tem o Toninho, que não obedece cacique. Mas quer a bênção.
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Dia 24 de maio tem a festa de aniversário do Expresso Ilustrado, com uma baita duma festa no Clube União Santiaguense. Na oportunidade, será lançado o livro "João Lemes-20 anos de jornalismo", autobiografia do editor do jornal.

sábado, 19 de abril de 2008

Joga pedra na Geni (*)


O sonho acabou, antes mesmo de começar. Em nota divulgada no jornal Expresso Ilustrado desta sexta-feira, o jornalista Júlio Prates anunciou a retirada de sua pré-candidatura para prefeito de Santiago, pelo Partido dos Trabalhadores, a dois meses de se iniciarem as campanhas políticas. Na nota divulgada com exclusividade, Prates desabafou a sua decepção com atitudes veladas de alguns membros de seu partido.

Até há poucos meses, antes da entrada de Prates na sigla, o PT santiaguense estava jogado no fundo de alguma gaveta, em alguma prateleira empoeirada nos fundos de algum galpão político. Estava com seu diretório fechado, tinha visto membros históricos como Tide Lima se afastarem e se aproximava de um ano político sem perspectivas. Com a chegada do jornalista, o PT viu uma luz e passou a se organizar. Via blog do próprio jornalista, ficamos sabendo da insistência de alguns membros da Executiva (Bueno, Luiz Rodrigues), o jornalista engajado Julio Garcia e o blog Boqueirão celebrarem a adesão de Prates às trincheiras petistas. seu nome foi até mesmo indicado a cabeça-de-chapa de ume eventual candidatura própria do PT. (Como todos sabem, é melhor de eleger vereador tendo um "suicida" de cabeça-de-chapa angariando votos para a legenda).

Nesse caso, a estrela de Julio Prates brilhou até mais que do dinossáurico Antônio Bueno. A candidatura própria, neste caso, servia a propósitos individualistas de alguns "latifundiários" petistas. O problema foi que, com o novo verniz, o PT de Santiago passou a ser considerado a "cereja do bolo". Traduzindo: todos queriam coligar com a sigla, convidá-lo para ser vice de alguma chapa oposicionista. Ora os convites vinham de Sandro Palma e seu PTB. Ora, de Vulmar Leite e seu PSDB. Ora, de Accácio e seu PMDB. De repente, eis que o PT era a china mais nova da zona. Mas, ao invés de valorizar o passe e arranjar um bom casamento, a "china mais nova" chegou a cogitar de tirar a calcinha até para o PP, que sequer a estava assediando. Assanhada, a china petista sorri de longe para o partido de Valdir Pinto. Ora, mostra as pernas, ora balança os peitos. Ora joga o cabelo. Mas o PP não quer saber do PT. Assim como muitos dentro do PT sequer querem saber do PT. Querem saber de cargos.
Foi-se a ideologia. Foi-se a luta heróica contra as oligarquias. Contra as forças opressoras. Pelo bem comum. O PT de Santiago parece deixar passar a vez, simplesmente por estar querendo se vender caro demais. Só presta quem é a igrejinha. Só é luxo quem tem estrela. O resto é lixo. E viva os projetos pessoais!!!

O PT, no resto do Brasil, cresce cada vez mais e as pesquisas indicam índices cada vezes maiores de aprovação ao presidente Lula. Em Santiago, ao contrário, o crescimento é que nem rabo de cavalo, para baixo. Impossível para alguém que pensa não ver que alguma coisa está muito errada com os petistas de Santiago.

Talvez os graduados petistas tenham razão. A psicanálise explica a aversão que nos desperta quando invejamos demais uma pessoa. Prates é uma pessoa singular na nossa realidade. É um dos poucos políticos locais com 2 faculdades e pós-graduação. Talvez seja o único político local com 4 livros editados (nenhum de poesia) e está as vésperas de lançar seu 5° livro. Júlio Prates talvez seja o único político local realmente estudado ao nível de grandes teóricos. Tem bagagem, tem história e – curiosamente – história dentro do próprio PT. Quando aluno do Cristóvão Pereira – no tempo da ditadura – foi mandado embora pela diretora de então Iolando Ribeiro. Foi expulso do quartel, e hoje processa a União, mas já aos seus 18 anos estava lá lutando contra a ditadura. Prates não é veado, tem uma bela namorada e seria uma primeira dama a altura de Santiago. Prates é pobre, mora de aluguel e fiel aos amigos. Alias, tal virtude foi transformada numa arma contra ele próprio. Prates foi inflexível ao afirmar que não abria mão de suas amizades, por patrulhamento ideológico e manteve-se firme. Elogiável que perseverou até o fim nessa posição e não abriu mão de lealdade com seus amigos, embora sempre afirmando as diferenças.

Esse é o PT que Santiago merece. Companheiros que instituíram a perseguição contra companheiros. Um partido nanico, fechado numa redoma de vidros, dogmático, intolerante, radical ao extremo. Um partido que deixa de lado a sua própria história e discurso. Não é de se duvidar que, diante de jogadas tão amadorísticas, o PT de Santiago acabe sofrendo uma intervenção da executiva estadual. Simplesmente porque o partido das minorias, em Santiago, resolveu se dar o luxo de discriminar companheiros. E só abrir as pernas para os grandes.

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(*) Geni E O Zepelim

De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto

Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes

Dos cegos, dos retirantes

É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina

Na garagem, na cantina

Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos

Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato

E também vai amiúde

Co'os velhinhos sem saúde

E as viúvas sem porvir

Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade

Vive sempre a repetir

Joga pedra na Geni

Joga pedra na Geni

Ela é feita pra apanhar

Ela é boa de cuspir

Ela dá pra qualquer um

Maldita Geni
!!!
Um dia surgiu, brilhante

Entre as nuvens, flutuante

Um enorme zepelim

Pairou sobre os edifícios

Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim

A cidade apavorada

Se quedou paralisada

Pronta pra virar geléia

Mas do zepelim gigante

Desceu o seu comandante

Dizendo - Mudei de idéia
-
- Quando vi nesta cidade
-
- Tanto horror e iniquidade
-
- Resolvi tudo explodir

- Mas posso evitar o drama
- Se aquela formosa dama
- Esta noite me servir
Essa dama era Geni

Mas não pode ser Geni

Ela é feita pra apanhar

Ela é boa de cuspir

Ela dá pra qualquer um

Maldita Geni
!!!
Mas de fato, logo ela

Tão coitada e tão singela

Cativara o forasteiro

O guerreiro tão vistoso

Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela

- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos

Ao ouvir tal heresia

A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão

O prefeito de joelhos

O bispo de olhos vermelhos

E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni

Vai com ele, vai Geni

Você pode nos salvar
Você vai nos redimir

Você dá pra qualquer um

Bendita Geni
!!!
Foram tantos os pedidos

Tão sinceros tão sentidos
Que ela dominou seu asco

Nessa noite lancinante

Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco

Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira

Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado

Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado

E tentou até sorrir

Mas logo raiou o dia

E a cidade em cantoria

Não deixou ela dormir

Joga pedra na Geni

Joga bosta na Geni

Ela é feita pra apanhar

Ela é boa de cuspir

Ela dá pra qualquer um

Maldita Geni
!!!

Chico Buarque
(para "A Ópera do Malandro)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O caminho inverso


O caso do prefeito Ademar Frescura, do PP, é digno de ser estudado para entrar nos anais da política brasileira. Afinal, talvez seja o primeiro prefeito que diz ter sanado as dívidas da prefeitura, colocando o município numa situação privilegiada e, em seguida, renuncia ao mandato. "Saio de cabeça erguida", ele diz. De cabeça erguida, mas abrindo mão de disputar a reeleição como o administrador vitorioso que ele diz ser, para tentar uma vaga na Câmara, a mesma em que ele teve um mandato na legislatura anterior. Ademar parece fugir do debate. Se concorresse a prefeito, poderia ser sabatinado com perguntas que não saberia como responder, como o caso das bananas a R$ 12 pilas o quilo. E não há muitas saídas: ou se admite ignorância ou se aponta culpados.

Porta dos fundos
É, sim, o prefeito é um homem de caráter e não tem nada que desabone a sua conduta política. A não ser que foi eleito por quatro anos, mas deixará de cumprir nove meses. Mesmo assim a administração carregará sua marca até o final. Mas Ademar preferiu concorrer a vereador. Para ele, os dias de vidraça foram cansativos e, por isso, ele prefere ser pedra. Mas, não se pode negar que, ao presentear o seu vice-prefeito com o cargo máximo do município, ele pareça estar repartindo o poder. Ainda mais, quando se sabe que Ernani Cruz é candidato anunciado à prefeitura. Para ambos, chegou o momento de abdicar de uma atividade. Um, do cargo de prefeito. O outro, de atender as pessoas de graça, como fazia até há poucos dias, honrando o seu juramento de Hipócrates, ainda que às vésperas de mais uma campanha.
Se Ademar anunciasse uma "aposentadoria política" de não concorrer mais a nada e saísse da vida pública poderia dizer que saiu da prefeitura para entrar na história. Mas fazer isso, por determinações e acordos partidários, é como sair da prefeitura pela porta das fundos. Ainda que de cabeça erguida.

O que é isso, companheiros?


Soube que uma tendência do PT santiaguense abriu guerra contra o Júlio Prates. Dizem que é de direita porque ele é amigo de várias pessoas do PP. Que erro. O Prates é bem relacionado, é diplomático, um hábil negociador, respeitado. Correr com ele do PT como Bueno e outros parecendo estar querendo é um duplo erro. Conduz o PT cada vez mais ao isolamento e afasta de si as melhores cabeças de Santiago.
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Pelo que sei o Prates é combatente contra a ditadura de primeira hora. E o Bueno, no início da década de 90, até andou fazendo campanha eleitoral para o vereador Gildo, do PDS/PPB. Talvez o Bueno esteja pregando moral de cuecas em atacar o Prates.
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Eu ouso dizer: os petistas que querem correr Júlio Prates do PT vão terminar de afundar o Partido em Santiago. Gostem ou não de Prates, a realidade é que o PT de Santiago estava esquecido no fundo de uma gaveta e só teve uma projeção, nos últimos meses, com a entrada do jornalista na sigla. Hoje, o PT é a “china mais nova da zona”. A que todo mundo quer pegar. A que todo mundo quer coligar. É Vulmar, Accácio e Sandro. Todos querem o PT como vice. Prates serviu para espanar a poeira da sigla. E, agora, alguns querem que ele é que vá para o fundo da gaveta. PT saudações!
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Por outro lado, a política santiaguense parece dar algumas reviravoltas com acontecimentos de última hora, os quais estão sendo acompanhados atentamente e que podem repercutir na formação da chapa do PP. Se, por um lado, Ruivo ganha forças, por outra ele perde.
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Pesquisa interna de um partido oposicionista mostra que, ao contrário do que se acreditava, Sandro Palma surge como terceira via, colhendo votos no ninho do PP. Mas, lembre-se: foi desse jeito que o Jorge Martins, do mesmo PTB, se tornou prefeito de São Vicente do Sul.

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Não é de hoje que a entrega das faturas da conta de energia elétrica é motivo de críticas. Muitos se queixam que o atraso na entrega gera transtornos para muitas famílias, que se obrigam a retirar a segunda via e, ainda, pagar multa. Indignado, o vereador Sérgio Prates reclamou do serviço, na última sessão e disse que o serviço está sendo prestado de forma “deficiente” pela empresa responsável, no caso, os Correios. O vereador pediu mais agilidade e atenção para que o usuário não seja prejudicado, chamando a atenção da AES Sul.
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Diversas vezes, o vereador Marcos Fiorin, o Kinho, se mostrou preocupado com a organização do trânsito em Santiago, sendo favorável a implantação de parquímetros. Nesta semana, em seu pronunciamento na Câmara, ele falou sobre as lombadas eletrônicas que, para ele, vão coibir os excessos de velocidade. Kinho também sugeriu que fosse instalada uma outra lombada próximo capela São Jorge, ao lado do posto Charrua. “Infelizmente naquele local, a gente presencia muita imprudência e, até mesmo, rachas entre jovens motoristas”, criticou o vereador.