quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Celebridades no ar

Em busca dos 15 minutos
Assim como na vida artística, na política todos também buscam seus 15 minutos de fama. Alguns até conseguem, mas poucos são os que perpetuam esses 15 minutos. Aí está o Big Brother comprovando isso. É fácil tornar-se conhecido, virar uma celebridade. Mas de que adianta chegar às luzes da ribalta se não há nada para ser dito ou oferecido? De que adianta a fama, se ela não está calçada num muito trabalho e merecimento. As celebridades instantâneas estão aí para confirmar essa tese. Todos os dias somos brindados com novos artistas, cantores ou políticos fazendo algo para aparecer simplesmente, estar à frente das câmeras. Mas basta um olhar mais apurado para perceber que são vazias e, por isso mesmo, não têm nada a oferecer. Sendo assim, a fama se esvai tão rápido quanto veio, e para nunca mais voltar.


Celebridades instantâneas
Na nossa política santiaguense, tivemos aí algumas celebridades instantâneas que tiveram os seus 15 minutos de fama e se apagaram. O vereador José Leovegildo Fortes é um caso. Por vontade dos caciques do PP, tornou-se o presidente da Câmara de Vereadores, derrotando a colega Nara Belmonte, do mesmo partido. Gildo era tido como uma novidade, uma promessa política, mas que se esvaziou com o tempo. Frente à presidência da Câmara, pouco representou politicamente, complicou a vida de funcionários, pouco trato teve com a imprensa, fora as rusgas partidárias.


No mesmo caminho
Hoje, Gildo não apenas está fora da política, como não dá qualquer sinal de que possa voltar. Durante um bom tempo da administração do Chicão, ele esteve trabalhando no Horto Florestal. Nara Belmonte, por sua vez, prossegue atuando no Legislativo pelo terceiro mandato consecutivo. Ainda tiveram o mesmo destino de Gildo, outros colegas como Clodomiro Amaral, Neomir Alcântara, Clair Pereira, Julião, Batistinha, Fernando Serafini, Leane Tusi e outros. Uns por não terem "sustância", outros pelo natural pente fino da "renovação".


Maldição dos presidentes
A exemplo de Gildo, há outros ex-presidentes do Legislativo que não conseguiram se reeleger como Pelé, Leane, Batista, Canterle, Damian, Valério e outros. Qual seria o motivo: superexposição ou falta dela na mídia? Ou seria o desgaste da imagem ou atribuições administrativas difíceis de serem resolvidas facilmente, impedindo o trabalho mais político?


Políticos de carteira
No entanto, há alguns políticos santiaguenses que fazem carreira e viraram “políticos de carteirinha”. Uns por terem estrela, outros competência, outros por comodismo. São os casos de Marco Peixoto, Júlio Ruivo e Nelson Abreu. Três políticos que iniciaram suas vidas públicas praticamente juntos.


Marco Peixoto
O primeiro, Marco Peixoto, teve estrela. Elegeu-se vereador com uma boa votação, tornou-se presidente da Câmara e aproveitando um momento de ascensão, tornou-se deputado. Hoje, está no quinto mandato na Assembléia e é o político mais influente de nossa região, com influências no Governo do Estado há várias gestões.


Júlio Ruivo
Júlio Ruivo, por sua vez, não alcançou o mesmo destaque no cenário estadual como Peixoto. No entanto, inegavelmente é dono de uma das mais belas carreiras políticas e vem galgando cada degrau com muita firmeza. Tornou-se vereador, conseguiu chegar à presidência da Câmara. Elegeu-se vice-prefeito por duas vezes, ocupou secretarias importantes no governo municipal, destacando-se especialmente na Saúde. E, no ano que vem, é o candidato natural ao cargo de prefeito.


Nelson Abreu
E chegamos a Nelson Abreu que, a exemplo de Peixoto e Ruivo, nunca perdeu uma eleição. Porém, ao contrário de ambos, não decolou na vida política, fazendo de sua bancada na Câmara o seu ganha-pão, sem galgar outros espaços. É o chamado "vereador de profissão". No atual momento, existe a possibilidade forte dele ser o próximo presidente devido a acordos da oposição. Seria esse o momento de Nequinho, ex-locutor da Rádio Santiago, conseguir encontrar um caminho de evolução política?


Maldição II
Considerando a tal de "maldição dos ex-presidentes" (de não conseguirem se reeleger), conseguirá atuar administrativamente frente à presidência e politicamente, em campanha? E a pergunta ganharia ainda outra conotação, visto que segmentos do PDT ressaltam que Nequinho seria uma boa aposta para a prefeitura de Santiago. Ele, que já deixou o cavalo passar encilhado para concorrer a deputado, estaria mais alerta desta feita?

Sandro e Kinho
Falando em celebridades instantâneas, lembremos de dois ex-presidentes da Câmara: Sandro Palma e Kinho. O primeiro, uma cria do Expresso, pretende se lançar a prefeito, como já é sabido. Elegeu-se vereador com histórica votação. Mas, teria cacife para eleger-se prefeito? E, numa possibilidade de concorrer a vereador, conseguiria fazer votação semelhante, visto que a maior parte de seu mandato esteve afastado dos holofotes?

E Kinho?
Kinho, por sua vez, entrou para a câmara como uma promessa jovem. No entanto, após deixar o seu antigo partido, o PP, criou uma sigla que ainda não se desenvolveu e sequer dá sinais de volume partidário. Ou seja, teria de buscar votos para conseguir sozinho uma vaga como parlamentar. Para ambas as celebridades, o futuro é incerto.

Diniz Cogo
E há também Diniz Cogo, o atual presidente da Câmara. Seu nome encontra-se em ascensão, tendo feito um trabalho destacado no Legislativo e articulando o Corede Vale do Jaguari. Conseguirá ele, no próximo ano, sem dispor dos holofotes da presidência, dispor de 15 minutos de fama, necessários para uma propulsão política, que lhe renda a sonhada indicação para prefeito, pelo PMDB? E, em caso afirmativo, agregar os demais partidos de oposição que já acenam com Vulmar Leite (PSDB), Mauro Burmann e Nelson Abreu (PDT). Isso sem falar no PT que ainda não catou um candidato, mas deverá fazê-lo. Sendo Diniz o candidato das oposições, teria peito para enfrentar a máquina do PP, disputando ao Executivo. E, em caso de disputar novamente para o Legislativo, conseguiria também livrar-se da "maldição dos ex-presidentes"? Só o tempo nos dirá.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Araponga, o Sr. Valerio foi um dos vereadores mais votados do PMDB, ele não concorreu a Vereador para a terceira legislatura.